segunda-feira, outubro 17, 2005

sinto saudade














Olho a janela e não penso em nada
Porque não a nada a pensar
Então sinto o vento e vou
Sem pensamento por onde me leva
Sem querer saber o caminho
Por que não acredito em destino
Desconheço a lógica e suas formas
Sou filho do pouco que me sobra do acaso
Não acredito em nada que não seja espontâneo.
Estes são meus olhos fugindo
Caindo pela janela quadrada
Simplesmente não penso
Só olho e sinto o vento.
Sou como pedra
Como a arvore enraizada
Parada na cinza calçada
Apenas aceito o vento
Se frio for se quente quiser
Olho meus pêlos agindo
Nem tenho o poder de mandar em mim
Meu corpo me manda
Meu corpo me tem
Não sou nada e ninguém.
Apenas olhos sentido o vento
Vendo as folhas carregadas
Fragmentos da vida seca que chega
E tristeza ingênua ancora
Na saudade rascante dos amigos
Que o tempo levou e que o vento não traz
E eu sinto, sinto um tanto!
Sinto pelos olhos
Sinto pela boca
Sinto pelo nariz
Sinto pelos ouvidos
Sinto por toda pele
Sinto a dor que geme
Sinto a dor que treme
Sinto o vento gelar no rosto
O sal da lagrima corrente
E nada mais me ocupa o tempo
Só o vento, o vento, o vento...

Foto por Bruno Miranda

Um comentário:

Anônimo disse...

ai li
tambem sinto
tudo...
principalmente o gosto salgado da lagrima...
so que eu, ao contrario, acredito em destino.
e qual sera o meu???
beijo meu amor