sexta-feira, setembro 02, 2005

Sou ruim pra título

Desde ontem estou sentindo aquela sensação de “brinquedo novo”, aquele quando a gente ganha não quer parar de brincar e quando para, não para de pensar nas possibilidades das novas brincadeiras. Lembra como era?

É tão engraçado como as coisas simples tomam uma proporção de alegria e contentamento em nossas vidas, pelo menos na minha toma. Às vezes acho que brindo por qualquer festa modesta, basta que me ericem as rugas e num levante de incontinência toda a face segue a ordem em completa desordem.

Comigo foi sempre assim, e sei, não é assim pra grande parte das pessoas que eu conheço, embora hoje, algumas eu realmente já desconheça. Quando lembro que um dia todos nós éramos feitos de chicletes, skate e joelhos ralados, sinto um conforto em saber que da minha essência nada se subjugou. Não tive que sentir meu corpo sendo lançado ao encontro de um talvegue, o que me lembra claramente a imagem daquele coiote do desenho animado.

Pra mim é um grande desperdício a contrafação do sorriso por um Veuve Cliguot, um 18 anos, um lustroso italiano, se as crianças se divertem muito mais com uma coca-cola e pés descalços.

Lá no alto me parece as pessoas que não reconheço mais, são pedaços de carne nobre amparadas por talheres de prata e o comportamento de pungente picardia se torna o prazer de ver tudo em gesso, brando como o sorriso branco-lazer.

O que vai ser de nós meros olheiros impávidos diante de tantas conjeturas moldadas por uma mera inclusão, aceitação, aberração sóciopata!!! Meu Deus, éramos só barro e uma costela e agora quanta borracha moderna, quanta etiqueta e moda, quanto pé de galinha em extinção!

Será que é o fim? Claro que não! Porque eu sei que não sou o único que ri disso tudo!
Será que chega o dia de sermos tudo aquilo que dizemos ser?
Esperaremos pelo amanhã...

Foto por Sebastião Salgado

Um comentário:

Anônimo disse...

Aprendi muito