quinta-feira, setembro 29, 2005

flor

Venho caminhando pela calçada e vejo minha flor arrancada
Aquela tratada com água, sol e jarro acolhedor
Como pode ter o homem tamanha falta de amor?
E despedaçar uma pequena flor.
Tanto guardei, tanto cuidei, tanto protegi que a trouxe aqui.
E agora é só pedaço de flor que chora.
E de lá vem outro homem a me perguntar
Porque eu estou a chorar
Oh meu senhor, arrancaram minha flor
Tanto cuidei, e agora se foi, despetalou!
E ele sem pena no olhar me disse assim:
Ela já era triste
Desde quando fora arrancada do seu campo
Desde quando fora enjaulada nesse canto
Ouvi-se seu grito em vermelha cor.
Você a trouxe para cidade da desordem cidadã
Onde a maldade está na cor cinza do ar
No descaso com o escuro do mar
Onde já se queimou até verde olhar
Achou que na sua jaula de amor
Poderia aquela flor se tornar flor feliz?
Mas não meu amigo, flor não é ator.
Ninguém a roubou
Eu mesmo ouvi
Quando ela se suicidou.

Foto por Paulo Medeiros

Nenhum comentário: