terça-feira, março 13, 2007

Amém


Chegou o fim, o fim de tudo,
O abismo do mais profundo
Chagou fim, o fim do mundo.

Pobre mistério de nós
Enterrados como ratos
No subterrâneo convés
De nossas próprias galés.

Ossadas decoram de branco
O que antes era quase humano.

Nada lembra o que é azul
Quem voa se despede
Graça sucumbida
Cai e morre.

Rolam dos morros bolas de fogo
Tons de cinza cobrem nossa ida.

Se foi a tecnologia nômade
Errante a cada novo desastre
Prestar contas ao Diabo
Pelos honorários pagos.

E tudo se recordará de ontem
Quando os gestos eram ao vivo
Quando os livros eram escritos
Quando os poemas eram lidos.

E tudo recomeçará de novo
Descobertos por arqueólogos
Escafandristas, Niilistas,
Futuristas em questão.

Será tudo estudado, interpretado,
Analisado, questionado.
Do primeiro amor
Ao ultimo suspiro.

Mas só, se reinventarem os poetas, entenderão.
E nós descansaremos, finalmente, em paz!

::Dedico a todos que passam ou passaram por aqui::


Foto por Paulo Madeira

4 comentários:

Juliana Marchioretto disse...

Não gosto de finais, apenas de recomeços, como o que estou passando agora...

mas obrigada pela dedicatória :)

bjo

Anônimo disse...

O clima de despedida não é agradável. Mas os versos estão preciosos.

Um beijo.

Anônimo disse...

gostei do teus versos,do caos inevitavel,da dor que não há como curar.

Camis disse...

tudo tem o seu final... e uma hora agradecemos.
gostei muito daqui.
beijos