quinta-feira, março 22, 2007

...sobre todas as coisas


Oh menina aflita o que fazes deste lado escuro da calçada?
Tentando tapar os buracos tristes desta tua varia estrada,
A margem dos caminhos vendo ir sozinho teus passos sombrios
E recordando do tempo os dias de luz mansa clareando teus desvios.

Deste longe alteio segue minha prece ante o dia madrigal que acontece,
Peço crendo com fé para ti alcançar o que a vista não há de ver,
Que a razão não te leve para o lugar breve do pensar e não sentir,
Desassossego puro de um coração puro ao encontro do desistir.

Oh menina rica porque continuas aqui sempre descalça
Passando pela pressa do fazer mesmo sem saber o porque?

Pobre alma de pranto vivo a embaçar tuas lentes e meu sorriso.
O mais triste é saber que são verdadeiras tuas lágrimas minhas,
Que vão se espalhando, esfarelando, por aqui e ali sobre todas as coisas,
Feito pó de asa de mariposa que o vento vai e leva a contento.

Obrigado menina, por vir até aqui mesmo sem saber se eu viria.
Digo, belo são seus anseios, assim tão finos como a palma de uma criança.
Oh menina, só não queira para si uma casa de acasos com quartos vagos,
A sorte é algo frágil na roleta da vida, quando pensas que a tens,
cai logo em seguida...

Foto por Bruno Miranda

6 comentários:

Juliana Marchioretto disse...

Eu confesso que me enxerguei um bocadinho nessa menina...

beijo

Alê Quites disse...

"Feito pó de asa de mariposa que o vento vai e leva a contento."
Hum, adorei as palavras, tudo muito cheio de vida, sabor e cheiro.
Ah! Só não concordo que a sorte seja algo frágil na roleta da vida. A sorte é forte, mas tem que ser entendida para ser útil.
Beijos*

Alê Quites disse...

Hum...recebi a sua justificativa sobre a sorte.
Só tenho a completar: Bravo! Adorei.
Beijos*

Anônimo disse...

Uma menina!
Ela é só uma menina.

Beijo!

Ivã Coelho disse...

Belas letras.

abçs

Alê Quites disse...

Bom final de semana!