sexta-feira, janeiro 20, 2006




















Por um instante eu peço
Me deixe de canto
Me cale o canto
Com um manto plúmbio
Cubra minha vã certeza
E me desfazer em mim
É não saber de mim
Me traga o escuro na mão
Quero beber da solidão
O vazio em eco
O luto puro do lado negro
Negro olhar de medo
Costurando fantasias de terror
Colhendo suavemente a dor
Do corte aberto no tempo
Da mente aberta no sonho
E o sonho não pode acabar
A cura bem vinda ao som de sinos
A cura nos pés de asas a voar
Por um horizonte ao longe
A fé perdida talvez um dia
Aprender de joelhos rezar
Mas por enquanto eu peço
Me deixe nesse canto
Quando tudo que quero
É o meu silêncio.

Foto por Hugo Delgado

Um comentário:

Anônimo disse...

your poems are very intense and beautifully written.