domingo, novembro 27, 2005

Duas crianças










Quero as balas mais doces e coloridas
O vento frio do escorregador mais alto
As rodas pequenas da bicicleta vermelha
Quero sentir a onda bater na prancha de isopor
O picolé de coco do meio dia com palito sorteado
A sessão da tarde com filme reprisado
Quero o inocente gosto de felicidade no rosto

Quero o algodão rosa do parque barato
O rifle com rolhas e os ursos malhados
O tempo de não perceber que o tempo passava
Quero de volta tudo que foi abandonado
O sonho de crescer com ideal de criança
A ânsia de correr e de ser herói
Quero o inocente gosto de felicidade no rosto

Quero o sabor do churrasco da casa de praia
O cabelo verde do cloro da piscina
Um pouco da terra do morro de poeira
Quero o cachorro Pelé não um qualquer
Os chocolates nas arvores e as mangas frescas
As cartas de baralho espalhadas pela mesa
Quero o inocente gosto de felicidade no rosto

Quero a primeira namorada sem tristeza
As uvas verdes e roxas da noite de natal
Tudo que era grande por eu ser pequeno
E tudo aquilo que chegava devagar e sem tempo
Meus muitos amigos na grama e a bola
As quatro rodas no asfalto e os joelhos ralados
Tragam-me tudo antes que eu não sinta mais nada
Porque o que tenho agora só me cega os olhos
E quando penso é como me trair é como não sentir
Quero de volta o espaço na alma para os sorrisos de infância.

Foto por surpresa atrás da porta


3 comentários:

Anônimo disse...

Que surpreendente tudo isso!!!! Foi la no fundo sem aviso previo!

Anônimo disse...

ai li, sabe que ha um tempo atras aqui, parava pra pensar e a unica coisa que me vinha na cabeca era a vontade de voltar a ser crianca com tudo isso que vc escreveu ai e mais uma coisa: ter o colo da mae pra poder chorar muito por qualquer coisa...ate por um arranhao...
que saudade...

Anônimo disse...

LINDO!!!!! Deu p/ sentir o vento no rosto e o cheiro da infância!
Bjos!