terça-feira, novembro 15, 2005

Algum conforto















Já esqueci o que ia dizer, já rompi o pensamento com outra preocupação, meu tempo tem se tornado mesquinho e me deixado longe e só de mim mesmo. Meu cansaço segue apesar de continuar tentando sufocar o que me faz enfraquecer. Vampiros internos estão me sugando e me deixando doente, estou doente! Preciso de tempo e de espaço, preciso respirar algo com alguma cor. Ando precisando muito mais que números e suas operações matemáticas me trazendo algo mais que a conta dos pedaços mordidos da minha alma. É muita sala pequena! É pouca luz! É muito veneno e pouca cura!
Quero um tempo de alguns lugares que considero comum, torturar o tempo até matar algumas verdades veladas, aproveitar e varrer o senso comum que pertinentemente me assombra, me suga o sangue quente e me deixa frio.
Já perdi a mão da caneta e agora passo a escrever somente com a ponta dos dedos, e o pouco que escrevo não escuto, não sinto o tom, tudo é preto e branco como a pálida cor de chuva e de agonia que me adorna, me molda, me fixa. Sou dois corpos sendo um por dentro que luta, se debate, enquanto o outro aprisiona e se contenta.
Há tanto pra mudar, e tudo fica tão inerte, há tanto pra quebrar, e ficam tantos construindo. E os vampiros continuam a caminho, continuam seguindo a mim e a todos, pelos cantos, pelo invisível manto da vaidade, da ânsia, e por todo canto sem cor.
Tragam-me luz! Tragam meus tambores perdidos! Um pouco de papel e caneta! Tragam estacas afiadas! Tragam-me de volta a mim!

Foto por surpresa atrás da porta

Um comentário:

Anônimo disse...

lindo li...
lindo...
puro sentimento verdadeiro