terça-feira, novembro 21, 2006

...quem?















Não sou poeta, não sou escritor, desentendo o anuncio de tais palavras, pois não vivo nem de um nem de outro, invejo o inverso, o descompromisso, a ausência completa das linhas e contornos apontando a direção. A veste que me serve é minha não ousaria caber em um traje que não o meu. Simples, como posso ser o que nunca fui, como posso querer se não busco, em mim tudo o acaso traz, vou me descobrindo aos poucos feito criança há poucos dias saída do ventre e abandonada pela própria mãe. Renego qualquer adjetivo no sentido de limitar o que sinto, minhas palavras não pertencem a nenhuma ordem, a nenhum intermediário, pertencem ao que da alma colho e remeto ás caixas postais dos olhares que vez por outra caminham por estas linhas. Sou um triturador do espírito, alguém que espreme da calma da alma aquilo que sobra e se esconde.
Cada gota vale o prazer de revelar a mim o museu dos meus sentidos ou o futuro do meu imprevisto. Sou arqueólogo da infinita condição de não saber o que procuro tendo a certeza do que acho. Sim tudo é pessoal, tudo é intimo, não nego! Ante a vida fingi-se a todos, até aos mortos, menos a um, o corpo de dentro por dentro de nós. Sendo assim sou bem vindo a tudo que reconheço como sendo parte de mim.

Foto por Mariana Maltoni

5 comentários:

Juliana Marchioretto disse...

tudo que é pessoal é verdadeiro... sem meias palavras.

beijo

Anônimo disse...

Deixo um beijo pois as palavras me faltam.

Saudades ainda.

Luana disse...

E as palavras são perfeitas na intenção de não rotular... Você não precisa de. Você é.

Beijos, muitos...
:)

livia disse...

é existir

Anônimo disse...

Tem coisa melhor que as palavras bem usadas? Tem não.