quinta-feira, abril 20, 2006

Salvo














Rejeito em mim qualquer atenção
Meus olhos são arabescos de Deus
Enxergam mudos minhas palavras de adeus.
Junto com o tempo inventa-se desculpa
E a falta de tempo para esconder angustia
Eu vivo por mim, não me chame de egoísta
É a minha forma de dizer que não vou viver
Como me dizem ou quando me convém.
Sou desertor do mundo, conquistador de mim
Vou ser eu em tudo que sou aqui dentro
Longe dessa casta conservadora e ordinária.
O contentamento dessa gente sem sangue e pálida
São como rostos fotografados em cor maquiagem
Eu aqui tão pouco não sou janela e nem pedra
Não sou saudade ou ausência, apenas presença
Estou aqui sempre reconstruindo a mim.
A duras penas um eu com coração em mente
Um retrato enquadrado para um espelho de cegos.
O perdão faz muitos seguirem em frente
A culpa é a escolha de se tornar escravo
E deixar mais um sonho ser amputado.
Minha opção é entender o que sou
Para aceitar o que realmente quero
E se eu vou, vou saber que me espero.

Dedico a um grande amigo e nossas conversas no sofá em uma tarde de futebol.

Foto por Mariana Maltoni

Um comentário:

Anônimo disse...

Seu amigo deve estar bem melhor que antes, agora. Bonito isso, meu velho.