quarta-feira, dezembro 20, 2006

Esses dias de noites




















Meus sonhos estão gastos
Feito esses livros que releio
Dentro do meu quarto
Pobres esperanças tenho tido
De dias não vindos que virão
Minha vontade é de gritar
Para mudar a paisagem
Da forma mais covarde
Que se possa inventar.

Baixou-me a inconsciência
Talvez uma forma de extorquir
De outros o que não tenho
Minha alma está cansada
Desta pequena vida minha
E apesar de compreendê-la
Não lhe posso tocar
Tudo me fere e arde
Sinto-me um impostor
Por dentro destas vestes
Outro alguém subjugado
A ponto de escolher
Morte para um de dois filhos.

Quantas vezes já pensei em ser
O único comandante deste volante
Mas vejo abaixo o destino reagir
E me levar ao outro lado
Aceito o que a mim foi dado
Sou corpo em forma de fraco
Quem me dera ser criança
Colocando barcos de papel
Em uma piscina em dia de chuva.


Digo-lhe:
-A grandeza de uma alma não está
na percepção das pequenas coisas
e sim no entendimento do que é essencial.


Foto por Graça


3 comentários:

FLORA disse...

Adorei!Muito bem escrito...Sentimentos fortes que consomem o leitor por dentro...Consome a alma...
Beijos

Anônimo disse...

Alexandre, meu velho. Muito obrigado pelo presente que você deixou embaixo da árvore para mim – palavras carinhosas e desejos de Natal feliz para mim e para minha família. Vou transferir os abraços a todos e também mandar um grande de volta para você. Somados aos meus desejos de que seu 2007 seja um ano muito bacana, muito especial. Para você, sua família e todos os que o cercam.

Anônimo disse...

Lindo, dolorido e bem escrito como sempre!