quarta-feira, março 29, 2006

Avante!




















Olhos verdes
Desculpe-me
Por perder algo da realidade
Nem sempre meus pés estão
Salvos deste chão

Olhos verdes
Desculpe-me
Por nem sempre perceber
O tamanho do sonho imperfeito
Repousado no altar do seu peito

Vou colocar um sorriso nos teus lábios
Não perder tempo com conselhos sábios
A certeza da razão apenas constrói perfeição
O que seriamos sem os descaminhos do coração
Algo com olhos vazios e mãos mesquinhas
De certo interlúdios com notas sozinhas

A verdade é que sinto falta da parte que me falta
Sinto a perda de não saber sobre o poder de me perder
Me ensina ser sem perceber por onde vão meus pés
Deixá-los ir é não saber até onde podem chegar
É muito maior que desejar um lugar.

Foto por Manu Coloma

Um comentário:

Anônimo disse...

Alexandre, belíssimo texto. O trecho "(...) deixá-los ir é não saber até onde podem chegar (...)" é de uma sensibilidade...puxa vida. E a foto de Manu Coloma é jogo duríssimo.