segunda-feira, dezembro 12, 2005

Padecente







Hora é a senhora do tempo
Vingança em foice de vento
Ceifando os fracos por todos os lados
Sorriso dos nobres por todos os cantos
Chegaram aqui por não saber por onde ir
É tudo cenário de pecado
Cortejo de sepultados
Falsos cadafalsos se movem sem parar
Entre loucos andantes de mente sã
Olhares impávidos trêmulos de dor
Sábios oradores leitores do fel
Ricos miseráveis de palidez azul
Envoltos pela luz cega da Meca do clã
São muitas cadeiras e poucas mesas
Sem ninguém a jantar e todos com fome
Nada de céu e muitos anjos a gorjear
Vão pelo alto sem ver os caminhos em moinho
Não se importam e cortam suas asas tingidas
Do longe voltam catando gente como que milho
Jogam as migalhas escravas rasteiras como serpente
Mentem, e mentem, e mentem!
Continuam convertendo
Convencendo essa gente que não é mais gente.

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