domingo, maio 20, 2007

Novo testamento


E que presságios houve
De um amor em hora errada
Sinais na mais fina areia branca
Onde os pés um dia pisaram
A morte é o mar sem amor
Que furta de nós e oferta a outros.

A curva caprichosa do tempo e destino
Desata o instante mais longe entre soluço e choro
Lembra-me tua carne um arrepio
Dois a sós e desarmados
Por um amor em morte sem testemunha.

Veio sob nós o anúncio
De um amor que fizera
Um novo testamento.

Mas lá no fundo vejo novos namorados
Lado a lado, mão a mão, boca a boca,
Recebendo a sorte de quem um dia amou.

Mesmo triste, sorri.

Foto por Paulo Panicheiro

4 comentários:

Anônimo disse...

Olá, tem alguém ai!?...com licença,, to entrando... gostei daqui...
...............
O açoite mais dolorido da vida é o de ter, um dia, amado... Eu ainda não consigo sorrir...

Abraços e doloridas invenções!

Alê Quites disse...

Eu já sorri, mesmo sem graça.

Adorei o texto.
Beijos*

Anônimo disse...

Rapaz, essa tristeza que faz sorrir, o milagre da palavra, é bênção. Havia tempos que não vinha e aqui estou, feliz com a dor de não ter sido eu a escrever algo tão bonito.
Grande abraço, Alexandre. Parabéns por mais esse.

CL disse...

somos as únicas testemunhas do que vivemos...