
E que presságios houve
De um amor em hora errada
Sinais na mais fina areia branca
Onde os pés um dia pisaram
A morte é o mar sem amor
Que furta de nós e oferta a outros.
A curva caprichosa do tempo e destino
Desata o instante mais longe entre soluço e choro
Lembra-me tua carne um arrepio
Dois a sós e desarmados
Por um amor em morte sem testemunha.
Veio sob nós o anúncio
De um amor que fizera
Um novo testamento.
Mas lá no fundo vejo novos namorados
Lado a lado, mão a mão, boca a boca,
Recebendo a sorte de quem um dia amou.
Mesmo triste, sorri.
Foto por Paulo Panicheiro