quarta-feira, novembro 23, 2005
Até quando
Aqueles são os descontentes subindo a ladeira
Vão depressa com a promessa de voltar
Aqueles são os descrentes saindo de mão cheia
Vendendo suas almas por um pouco de conforto
Enterrados em vida dentro de seu próprio corpo
Pai levanta da cadeira pra olhar
Aqui nem todos fazem do desgosto
À vontade de lutar
Pendura esse cartaz
Diz que pra você
Não é mais um tanto faz
Diz o que você me ensinou
E porque me tornou capaz
Aqueles são os covardes construindo maldade
Pedra sobre terra ao sol cor de sangue
Aqueles são os suspiros da saudade
Indo embora com a verdade
Daquele tempo que não volta
E da demora de dizer que não se nota
Tudo acabando assim
Sem perceber que é ruim
Tudo tão derrepente
Que não se sente o fim
E agora por onde devo ir
Pai levanta da cadeira
Me ajuda a virar a mesa
Pois não sei por onde
E se devo começar
Ou me afogar no desespero
Amarrado na corrente
Dessa gente que não se entende
E se entrega a solidão
Pai vem, por favor,
Me ajuda a dizer um não
Pai por favor,
Vem segurar na minha mão.
Foto por Surpresa atrás da porta
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