terça-feira, maio 02, 2006
En la ventana
Sem mostrar arrependimento
Caiu seco do mais alto piso
Se foi até a luz não mais alcançá-lo
Fazendo do chão cama e cobertor.
Foi aquele que a mão não toca o ombro
Mais um esquecido de deus e dos humanos.
Fazendo gemer segredo aos ventos
Chega de longe o som da dança
Ruidosas rodas correm ao tempo fim.
Daquela altura deixou o guiar à sorte
Das leis do universo sempre descuidado.
Do pensamento era escravo
Sempre solitário e curvo
Caminhava como sentisse dor
Mas sempre sorria quando recebia
Boa noite, boa tarde ou bom dia.
Eu parvo o vi envelhecendo
Sem nunca ter lhe oferecido alento
Dessa janela sem vista observo e creio
É sempre breve o tempo da mais longa vida.
Foto por Mariana Maltoni
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