sexta-feira, outubro 27, 2006

...dela para ele













Fiquei sem dormir
Tentei me acostumar
Com o que vi
E a pena por ver
Meu tempo terminar
Sem ter onde ficar

Pretendia te seguir
Até seu rosto
Encontrar um encosto
Ao lado meu
Ainda sem admitir
Te sinto aqui
Mesmo te deixando partir
Não consigo ir
Sem te querer pra mim

Num ultimo momento
Um tempo pra me refazer
Do que me desfez
Sinceramente
Fiquei doente
Pelo meu amor que caiu
E por você que nada sentiu

Te digo adeus
E peço a Deus
Pra te reencontrar
Algum dia
Em qualquer lugar
De preferência com urgência
De um coração que não sabe esperar.

Foto por Manu Coloma

sexta-feira, outubro 20, 2006

Pequeno pedaço













...
Ah, me deixem aqui com meus pensamentos falhos, com meu tempo desperdiçado em uma mesa de cartas sem significado. E se nada digo é que nada tenho a dizer, e se nada faço, nada tenho a fazer, aos que querem ver sentido que inventem os seus, porque o meu se desinventou. Basta! Deixem-me! Apenas escrevo o que sinto na tentativa de diminuir a febre do sentir, necessidade de estar aqui querendo estar longe de qualquer paisagem que vejo. Vejo e invejo os que têm nexo, sentido de estar aqui e ali, eu não tenho, faço parte sem fazer, faço por fazer de conta, morro a conta gota para caber no que não me serve.
São minhas confissões e se nelas existe o vazio é porque o vazio existe em mim, confesso aqui minhas sensações brancas e negras, sem importância, porque não devem ter importância, não sou digno de tal relevância, e se tenho nada é porque mereço o tê-lo. Sou mais uma das mazelas humanas, condição que me foi imposta ao nascer, e que pouco a pouco conjugo em gestos pelo viver e em palavras pelo escrever. Subsisto em algum pedaço dentro de mim, um grão calmo em meio à tormenta, um enigma dentro de minha própria alma...

Foto por José Da Silva Pinto

quinta-feira, outubro 19, 2006

Bem leve














...
Sigamos caro amigo ao encontro constante do interminável
Sigamos dois a sós com corações abertos e mentes mortas
Calmos ao respirar e calmos ao reparar em tudo menos em nós
Atenção para escutar as coisas simples como simples são
Fazendo a dor dançar pelo templo que no seu peito faz
O barulho que o tempo traz para dor se transformar em paz
E descansar dentro do seu sonho como se dele fosse dono.

Foto por Bruno Miranda